"Amar" um poema por Johnatan Almeida

O que quero, possuo
O tomo
O roubo
O conquisto
Não importa
Tenho
É meu
Sempre

Não quero tomar te
Não quero roubar te 
Nem conquistar te

Quero
Desejo 
Anseio
Que me dê 
Doe
Presenteie me

Mas não importa
O como,
Não penso
O como,
Não tira me o sono
O como, 
É vão pensar

Pois sei que
Já possuo
Aquilo que anseio 
É meu
Tomo como fato

Terei,
Ganharei,
Obterei,
Atrairei, 
Materializarei 

Do âmago do meu ser
Sei
Sem esitar
Que tenho 

E se tiver que minha vida trocar
Pelo que luto ter
Morrer já sei
Que meu maior presente 
Será 
E como herói 
Me receberão os deuses 
Pois consegui
Determinei 
Lutei 
Conquistei

Não questiono
Aceito
Como inevitável 
Hoje
Amanhã 
Ou depois 
Que o que quero,
Desejo,
Anseio
Tenho

Não importa
O conquisto
O roubo
O tomo
Pois o que quero:
Possuo.

_______________________


Pós pensamentos:

Tão grandiosa é a alma do homem, que coisa é essa? O que alimenta tal poder? O que o move a conquistar mares e céus? 
Sei que escrevo impulsionado pelo amor, mas seria o amor então destrutivo? Levando um a roubar, trapacear, enganar, a pisar, a matar, a tudo a sua frente quebrar quando por esse impulsionado em direção a coisas que deseja? Talvez então escreva não impulsionado pelo amor, mas pelo desejo. O que então é desejar? E porque gera tal destruição em sua realização? Buda equala desejar a sofrer, mas isso é mal? Tal vigor, energia e sensação lubridia meu ser, desperta minha alma.
E quão impróprio é projetar essa força em outro? Quando a posse do outro nos é o objeto almejado? Por vezes é melhor render se ao impulso antes da clareza me alcançar, saciar me do que sinto faltar, mas acima de tudo obter o que penso não ser capaz de viver sem.
Mas que homem é esse? Que abandonaria a razão no meio do caminho para justificar realizar seus impulsos?
Que fim justificaria tal meio? Será então que essa divina humana capacidade de amar, de uma energia cósmica manipular, de materializar bolsões energéticos momentâneos que se erradiam cosmograficamente pelo infinito, pelo todo, justifique os meios? Me ocorreu que talvez sejamos apenas meios para o próprio universo produzir o que se chama amor, um veículo. E não posso pensar que o universo seja mal se dele parte isso, e por consequência, que seja mal classificar qualquer que seja as fagulhas que emanem das ações movidas pelo amor. Ame então. Pois ame. Só ame. E talvez, descubra algo que não descobri, que me escapou, pois sei que nesse momento não estou disposto a abrir mão do que penso amar, e que vale a pena por isso lutar, mesmo que a razão precise abandonar.

São Paulo/SP - 15 de Outubro de 2025.


Pós notas:

O amor me parece incompreensível nesse momento. Talvez seja um paradoxo, e por essa razão incompreensível. Tentei.

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